
No universo paralímpico, o tiro esportivo se destaca por unir precisão cirúrgica e força interior em níveis que desafiam qualquer limite físico. Cada prova é um verdadeiro exercício de técnica, foco e superação, onde o corpo se adapta à mente — e não o contrário.
Muito além de uma simples modalidade, o tiro esportivo paralímpico é um palco de afirmação, reconstrução e excelência humana.
O início de uma trajetória inclusiva
A estreia do tiro esportivo nos Jogos Paralímpicos ocorreu em 1976, em Toronto, com participação exclusiva de homens.
Foi apenas em 1980 que as mulheres passaram a competir, iniciando um processo de evolução contínua e ampliação da modalidade. Desde então, o esporte tem passado por sucessivas adaptações, garantindo acessibilidade e equilíbrio entre os atletas.
Hoje, todas as provas seguem um sistema de classificação funcional, que define o tipo de suporte necessário — como posições de tiro (sentado, deitado ou em pé) e uso de apoios. O objetivo é criar igualdade de condições, respeitando as particularidades de cada atirador sem comprometer o espírito competitivo.
O Brasil em ascensão no cenário paralímpico
O Brasil participou da estreia da modalidade em 1976, mas só voltou a competir com força em 2008, com a presença de Carlos Procopiak Garletti.
A partir daí, os investimentos do Comitê Paralímpico Brasileiro criaram as bases para o crescimento da disciplina no país. Esse esforço se concretizou em Paris 2024, com a conquista da primeira medalha brasileira na história do tiro esportivo paralímpico.
Alexandre Galgani: um símbolo de excelência
Após sofrer uma lesão medular aos 18 anos, o paulista Alexandre Galgani encontrou no tiro não apenas uma modalidade esportiva, mas um novo sentido de vida.
Competindo na classe SH2, destinada a atletas que necessitam de suporte para a arma, Galgani brilhou na prova R5 — carabina de ar 10m, na posição deitado, em disputa mista.
Alexandre Galgani garantiu a medalha de prata com 254,2 pontos, ficando atrás do francês Tanguy de la Forest e à frente da japonesa Mika Mizuta. Além do pódio, sua jornada representa dedicação, resiliência e precisão levadas ao extremo.
Estrutura das provas e categorias
As provas paralímpicas utilizam carabinas e pistolas de ar comprimido, com distâncias oficiais de 10, 25 e 50 metros. A divisão dos atletas em SH1 (sem necessidade de suporte) e SH2 (com necessidade de suporte) garante justiça esportiva, respeitando as condições físicas de cada competidor.
Todos os equipamentos e regulamentos seguem adaptações da ISSF, controladas pelo Comitê Paralímpico Internacional.
O futuro é promissor
A loja Casa do Pescador Jataí, de Jataí (GO), aponta que a medalha de Alexandre Galgani marcou o início de uma nova era para o tiro esportivo paralímpico brasileiro. A base está formada, a estrutura está posta, e novos talentos já começam a surgir.
Com mais apoio e visibilidade, o Brasil tem tudo para se consolidar como potência também nesse segmento, acumulando conquistas, revelando histórias inspiradoras e reforçando que o esporte é, acima de tudo, uma ferramenta de transformação.
Para saber mais sobre tiro esportivo nas Paralimpíadas, acesse:
https://cpb.org.br/modalidades/tiro-esportivo/
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https://casadopescadorjatai.com.br/publicacao/tiro_esportivo_nas_olimpiadas
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