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Tradição e técnica: o tiro esportivo nos Jogos Olímpicos

21 MAI 2025

O tiro esportivo figura entre as competições mais antigas e técnicas dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Presente desde a primeira edição em Atenas, em 1896, a modalidade se consolidou como símbolo de concentração, disciplina e excelência técnica.

Exceto em 1904 e 1928, o esporte integrou todas as edições olímpicas, refletindo sua relevância histórica e esportiva.

Raízes e transformações da modalidade

O tiro esportivo tem origens que remontam às práticas medievais de caça e tiro ao alvo na Europa, evoluindo ao longo dos séculos até se tornar um esporte regulamentado no século XIX. Com a criação de clubes especializados e o apoio de figuras como o Barão de Coubertin, fundador dos Jogos Modernos, o tiro ganhou espaço nas principais competições internacionais.

Nas primeiras edições olímpicas, as provas eram exclusivas para homens, com a Grécia dominando os pódios em 1896. Apenas em 1968 as mulheres passaram a competir em provas mistas e, em 1984, foram finalmente incluídas categorias femininas específicas.

O marco brasileiro nos Jogos de 1920

O Brasil escreveu um capítulo decisivo na história do tiro esportivo em Antuérpia, em 1920, ao conquistar suas primeiras medalhas olímpicas.

Afrânio da Costa foi prata na pistola livre calibre .22, Guilherme Paraense levou o ouro na pistola rápida calibre .38 e a equipe nacional ainda faturou um bronze por equipes. A medalha de Paraense foi, inclusive, a primeira de ouro da história olímpica brasileira.

Da polêmica ao refinamento técnico

Ao longo dos anos, o esporte passou por diversas adaptações, especialmente para se alinhar às normas esportivas e éticas. Um episódio controverso ocorreu em Paris 1900, quando foi realizada uma prova de tiro ao pombo vivo, resultando na morte de centenas de aves. A repercussão levou à criação do tiro ao prato, com alvos artificiais, técnica ainda presente hoje.

Atualmente, o tiro esportivo conta com 15 provas divididas em três categorias: pistola, carabina e tiro ao prato. Cada uma exige habilidades específicas e grande preparo físico e mental por parte dos atletas.

As modalidades olímpicas

Na pistola, o atleta realiza disparos com uma mão apenas, com provas a 10 e 25 metros, incluindo variações como pistola de ar, tiro rápido e provas femininas. Na carabina, há disputas a 10 e 50 metros, com diferentes posições (em pé, ajoelhado e deitado), exigindo altíssimo controle postural e precisão.

Já no tiro ao prato, o desafio é acertar alvos em movimento lançados a alta velocidade, simulando a caça de aves.

O Brasil no cenário atual

Depois de décadas sem medalhas, o Brasil voltou ao pódio em 2016 com Felipe Wu, que conquistou a prata na pistola de ar 10 metros. Esse feito histórico reacendeu o interesse pela modalidade e impulsionou uma nova geração de atiradores brasileiros. Hoje, o país investe em formação, infraestrutura e incentivo a talentos, com o objetivo de ampliar sua presença no pódio olímpico e honrar a tradição que começou há mais de um século.

A loja Casa do Pescador Jataí, de Jataí (GO), conclui que o tiro esportivo continua sendo uma das disciplinas mais exigentes das Olimpíadas, onde milímetros fazem a diferença entre vitória e eliminação. E para o Brasil, segue sendo um símbolo de pioneirismo e potencial renovado.

Para saber mais sobre tiro esportivo nas Olimpíadas, acesse: 

https://ge.globo.com/olimpiadas/guia/2024/07/25/c-tiro-esportivo-regras-modalidades-historia-e-curiosidades.ghtml

http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/modalidades/tiro-esportivo


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