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A última etapa do disparo: o que é balística terminal?

21 JUL 2025

Entre as etapas que compõem o ciclo completo do disparo, a balística terminal é a que lida com a consequência final: o impacto da munição no alvo.

É nesse instante que toda a energia acumulada ao longo do trajeto — desde a câmara da arma até o momento do contato — se transforma em dano efetivo. É o momento em que física, biologia e imprevisibilidade se encontram de maneira brutal.

Muito além da trajetória: o impacto sobre o corpo

A balística terminal é profundamente complexa, pois o corpo humano é um meio heterogêneo: músculos, ossos, órgãos e fluidos reagem de formas distintas à penetração de um projétil.

As variáveis envolvidas — como a velocidade, massa, formato e comportamento da bala ao colidir — determinam a gravidade e a extensão dos ferimentos. Projéteis expansivos, por exemplo, são projetados para deformar e liberar energia de forma intensa em curto espaço, causando lesões mais amplas e profundas.

Tecido elástico como o músculo pode suportar certo grau de cavitação (expansão repentina causada pela energia do disparo), mas órgãos frágeis, como o fígado ou o cérebro, não resistem à força da explosão interna que essa cavitação provoca.

Três mecanismos de destruição

A balística terminal reconhece três modos principais pelos quais um projétil causa danos aos tecidos:

  • Laceração e esmagamento, provocados pela passagem direta da munição;

  • Cavitação temporária e permanente, que cria feridas maiores do que o calibre utilizado;

  • Onda de choque, mais comum em projéteis de alta velocidade, capaz de danificar estruturas mesmo sem contato direto.

Esses efeitos podem atuar simultaneamente, agravando a complexidade e a gravidade dos ferimentos.

O comportamento da bala dentro do corpo

Uma vez dentro do organismo, o caminho da munição raramente segue uma linha reta. Ossos podem redirecionar ou fragmentar a bala; tecidos mais densos podem desacelerá-la ou gerar rotação. É possível, inclusive, que partes do próprio esqueleto se transformem em projéteis secundários.

Em certas situações, como no crânio, ocorre o chamado efeito buraco de fechadura, no qual a entrada é maior que a saída devido à deformação óssea.

Casos extremos documentam complicações como a embolia balística (quando fragmentos entram na corrente sanguínea) ou o plumbismo crônico, uma intoxicação por chumbo causada por projéteis alojados por longos períodos.

Classificações de ferimentos

As lesões balísticas são geralmente classificadas da seguinte forma:

  • Penetrantes: o projétil permanece no interior do corpo;

  • Perfurantes: há orifício de entrada e saída;

  • Avulsivos: caracterizados por destruição massiva de tecido, muitas vezes causados por munições de alto calibre e energia.

Feridas de entrada tendem a ser menores e regulares, enquanto as de saída são irregulares e mais extensas, especialmente quando ossos ou objetos rígidos são atingidos no percurso.

Nos disparos a curta distância, os efeitos são agravados por queimaduras, resíduos de pólvora e gases, que contribuem para um quadro de destruição muito mais agressivo do que os ferimentos convencionais.

A loja Casa do Pescador Jataí, de Jataí (GO), conclui que a balística terminal, mais do que um campo técnico, é uma lente que revela o verdadeiro poder de um projétil.

Seja no combate, na medicina legal ou na reconstrução de crimes, compreender seu funcionamento é essencial para lidar com as implicações físicas e legais do uso de armas de fogo.

Para saber mais sobre balística terminal, acesse: 

https://sanarmed.com/resumo-de-balistica-forense-interna-de-efeitos-e-externa/

https://www.academiadearmas.com/balistica-terminal-um-pequeno-apanhado-sobre-o-assunto/

Se você se interessou pelo assunto, confira também: 

https://casadopescadorjatai.com.br/publicacao/armas_de_cano_curto

https://casadopescadorjatai.com.br/publicacao/armas_de_cano_longo


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